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quinta-feira, 29 de julho de 2010

2010: a juventude e os negros são as maiores vítimas de homicídios no Brasil

Homicídios caem no País, mas índices seguem altos, diz estudo

Um estudo realizado pelo Instituto Sangari, apontou queda no índice de assassinatos entre 1997 e 2007 no Brasil. No entanto, mais de 500 mil pessoas foram vítimas desse tipo de crime no País na década analisada, de acordo com o Mapa da Violência 2010: Anatomia dos Homicídios no Brasil.
O que mais preocupa, segundo alerta o levantamento, é a crescente incidência de mortes violentas entre jovens de 15 a 24 anos. Em 2007, apenas 18,6% da população brasileira se situava nessa faixa etária, que, em contrapartida, concentrou 36,6% dos homicídios registrados naquele ano.

Se a taxa de homicídios entre os não jovens apresentou tendência de declínio entre 1980 e 2007, passando de 21,1 para 19,8 em cada 100 mil habitantes, movimento contrário foi observado entre a juventude. O índice de assassinatos entre a população de 15 a 24 anos, que era de 30 em cada 100 mil jovens, em 1980, saltou para 50,1 em 2007.

Segundo o Mapa da Violência 2010, quase metade dos homicídios está relacionada à concentração de renda e são os jovens os mais afetados pelos efeitos deste indicador.

O estudo observou ainda que esses elevados níveis de violência homicida colocaram o Brasil bem à frente de países que enfrentaram conflitos armados na década de 1997 a 2007. O Mapa da Violência 2010 rebate a tese da violência juvenil como fenômeno mundial, atestando que os índices de vitimização juvenil no Brasil são "anormalmente" elevados dentro do contexto internacional.

De acordo com o estudo: "Morrem, aqui (no Brasil), por homicídio, proporcionalmente, 2,6 jovens para cada não jovem, índice pouco comum no mundo. Metade dos 79 países analisados não parece apresentar tais problemas de violência em sua juventude: ou porque morre, proporcionalmente, a mesma quantidade de jovens que não jovens, ou porque morrem menos jovens que pessoas fora dessa faixa etária".

Negros
A edição 2010 do Mapa da Violência apontou ainda o avanço das mortes violentas sobre a população negra. Enquanto houve redução de 18.852 para 14.308 - queda de 24,1% - dos homicídios entre os brancos no período de 2002 a 2007, entre os negros o número de vítimas subiu de 26.915 para 30.193 - crescimento de 12,2% - nestes cinco anos.

Em 2002, considerando as magnitudes populacionais, morriam proporcionalmente 45,8% mais negros que brancos. Em 2004 essa proporção eleva-se para 73,1%, para, em 2007, chegar à casa de 107,6%.

Interior
A distribuição espacial desses homicídios também experimentou mudanças ao longo da década descrita. De acordo com essa última edição do estudo, as taxas de assassinatos nas capitais caíram de 45,7 por 100 mil habitantes, em 1997, para 36,6 em 2007. Em compensação, no mesmo período, as ocorrências em municípios do interior subiram de 13,5 para 18,5.

Descrito como "interiorização da violência", o fenômeno não significa que os registros de homicídios no interior dos Estados sejam maiores que os dos grandes centros urbanos. Demonstra, entretanto, um movimento de expansão naquelas localidades.

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